Pesquisa de análises da obra Formas únicas de continuidade no espaço, de Humberto Martins Pereira (SUBPROGRAMA 2015-2017)
Link complementar: O TEMPO DE FORMAS ÚNICAS DE CONTINUIDADE NO ESPAÇO
Formas
Únicas de Continuidade no Espaço
é uma
célebre escultura futurista do artista da avant-garde italiana Umberto Boccioni.
A versão original é em gesso, havendo fundições póstumas em
bronze, em alguns museus do mundo. Possui 111,2 cm de altura por 88,5 cm de
comprimento e 40 cm de largura. O original está em São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea da
USP. Há cinco
fundições posteriores em bronze, uma também no MAC-USP e as demais dispersas em
museus de Nova York, Londres e Los Angeles.
Com esta escultura Boccioni tentou, muito para além da
impressão de movimento,
explorar a noção de velocidade e de força na escultura,
pretendendo atribuir valores
lumínicos à superfície esculpida. A escultura ultrapassa os limites corpórios do
ser-humano, sendo que se assemelha a uma bandeira a esvoaçar com o vento.
Parece que o corpo que ali se representa serpenteia, lutando contra uma força invisível.
Embora o resultado (físico) seja um retrato a três dimensões, o corpo em movimento introduz uma quarta
dimensão, o tempo. Na sua "luta" contra essa força invisível, o corpo
vai-se deslocando, deixando para trás pedaços de si.
É considerada desde então, por críticos, além do próprio artista, a síntese
máxima da produção escultórica de Boccioni. A figura humana, que parece
caminhar, está representada em diferentes momentos simultaneamente. Apesar de
originalmente construída em gesso, suas versões em bronze são as que
predominantemente fazem parte de um inconsciente coletivo. O metal, rejeitado por
Boccioni como possibilidade plástica2, enfatiza a estética da máquina, cara à
poética futurista, dando ainda mais suporte à interpretação da figura como uma espécie de soldado,
hibrido de máquina e homem. No entanto é o gesso, aliado a ausência de braços
que torna o corpo mais livre e induz o observador a focar nas saliências dessa
figura levando a um maior percepção do movimento. A escultura parece atingida
por uma ventania, que fazendo força na direção contrária à marcha torna o
movimento arrastado, ainda mais contínuo. Parte de uma série de formas humanas
produzidas em gesso pelo artista entre os anos de 1912 e 1913 foi a única
dessas esculturas a sobreviver ao tempo.
Pintura do futurismo, assim como os seus
representantes, saúda a era moderna. Para os futuristas, os objetos não se
esgotam no contorno aparente e os seus aspectos interpenetram-se continuamente e ao mesmo tempo.
Procura-se neste estilo expressar o movimento
real, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O
artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a
forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço.
A escultura Formas únicas de continuidade no
espaço é um marco do movimento futurista e da cultura do modernismo europeu,
sinônimo de vanguarda e inovação.
O que a matriz do PAS diz sobre essa obra?
As
vanguardas europeias do século XX e suas expressões latinoamericanas ampliam
esse debate ao incorporar aspectos históricos e geográficos em suas produções
como, por exemplo, na obra sinfônica A sagração da primavera, de Stravinsky,
criada pouco antes da 1ª Guerra Mundial; nas obras A noiva do vento, de Oscar
Kokoschka, Formas únicas de continuidade
no espaço, de Humberto Boccioni,
A
diversidade textual que a sociedade produz relaciona-se com construções
dinâmicas, funcionais e processuais, como na obra Formas únicas de continuidade no espaço, de Humberto Boccioni.
Diferentes
estruturas podem ser observadas nas diversas ciências, como o tratamento de
problemas do espaço, destacando-se a localização de pontos, retas e
circunferências por suas coordenadas ou equações, inter-relacionando-as. A
comparação da estrutura dos números reais com a dos números complexos permite
estabelecer as necessárias congruências exigidas pela evolução do conhecimento
matemático diante das necessidades do desenvolvimento tecnológico. A forma de
organização desses elementos (pontos, linhas, curvas) no espaço delineia uma
imagem e, consequentemente, as características de um movimento artístico, como
é o caso das obras Improvisação nº 23, de Kandinsky, Formas únicas de continuidade do espaço.
Os
avanços tecnológicos têm propiciado novas descobertas acerca do Universo,
através de uma abordagem histórico-científica da força gravitacional e sua
comparação com outras forças fundamentais da natureza, das Leis de Kepler e de
noções de Astronomia. Para ilustrar, é interessante observar obras que nos levem
a estudar o equilíbrio, o movimento e as interações desse tipo. Tais discussões
e interpretações podem ser melhor visualizadas a partir das obras Formas únicas em movimento...
O
uso de múltiplos materiais nas artes visuais pode ser percebido a partir do
contato com a escultura Formas únicas de
continuidade do espaço.
Bibliografia:
2 comentários
e muito interessante caso ao contrario esse cara é um gênio pois uma obra dessa não tem como não se adimirar com tanta beleza, o Umberto Boccioni é uns dos artista que eu mais goto pois as vezes as suas esculturas mostra o que realmente o artista esta pensando ou sentindo naquele momento...
ResponderExcluirPoderia me dizer qual a origem dessa escultura?é para um trabalho de escola
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